I Em outros dois pequenos ensaios postados aqui falei do trovador. Um pouco da matriz portuguesa, já largamente difundida, como da matriz africana, que por muito tem sido desprezada. A nossa literatura popular em verso sofreu a confluência da cultura negra (com seus cantadores) e indígena (no seu contato com os jesuítas), logo, sua formação e evolução difere daquela vinda dos trovadores da península ibérica, esses mesmos influenciados pela cultura árabe-negra em suas origens. Vamos por tempo tratar do tipo europeu. Num belo e erudito ensaio “Trovadores – tipos e condições” do mestre vanguardista Ezra Pound, que nos servirá como primeiro guia, ele diz que “A fortuna dos trovadores variava tanto quanto sua categoria, e eles provinham de todas as classes sociais”. Trovaram reis, monges, alfaiates, nobres e pobres cavaleiros num estilo por assim popular em sua natureza. Da importância da trova provençal diz o mestre: “É verdad