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TERCEIRA MARGEM

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                                                                 “...e, eu, rio abaixo, rio afora, rio adentro – o rio”.                                                                                                      Guimarães Rosa Foto Rio Buranhém: Urbino Brito Cortando vales, dando alimento à terra, camarada Rio, te esparges nos teus cristais d’água, milhões de aves te rasgam voo, peixes habitam tua fonte. Mesmo na seca esculpido com ardente natureza morta continuaste vivo. Quanta guerra e paz, carne e sangue te ofereceram?... Agora dizem por aí: – Calai o canto das lavadeiras! – Minguai o riso das crianças! Será preciso te criar outra margem para além do sonho, para além da realidade? É que o rio do homem é solitário, camarada Rio, inda não tem tantas braças; mas deixa eu ser tua corrente, ser a terceira margem. Se viveste – serei líquido na torrente; se morreste – serei riacho... córrego... ... até inundar-me de pedras... ...seco...