Jefferson Hora, eu e Juan Gomes. Participei como elaborador duma prova e Júri da 15ª Gincana do Colégio Estadual Elisabeth Chaves Veloso, localizado no Cabula VI, no qual desenvolvo como arte-educador, desde o ano passado, um projeto de produção de textos em versos e prosas. Agradeço a direção e a todos os alunos e profissionais pela liberdade que tenho nas minhas ações educativas. Publicarei em outra oportunidade uma síntese dos resultados deste ano. Por agora fico com os dois mocinhos que realizaram a prova “Escrever um livreto de cordel e publica-lo no seu formato tradicional sobre o tema “O Quilombo do Cabula e o Negro Beiru”. Eram quatro as equipes e além dos mocinhos, outras duas mocinhas também realizaram muito bem a prova. Mas a história desses dois é digna de nota. É que Jefferson Hora, o de cabelo Black na foto, perdeu seu texto um dia antes da apresentação. O cordel dele estava lindo, todos comentavam que tinha feito um verdadeiro po
Praça Inácio da Catingueira em Catingueira Paraíba Fonte da Imagem: http://lindeiltonleite.blogspot.com/2009_05_01_archive.html Quando se pergunta as origens de nossa literatura de cordel a resposta é sempre a mesma: o cordel tem origem lusitana. Os cordelistas da academia difundiram essa tese com base nos estudos de Luís da Câmara Cascudo, contudo, se lermos com atenção o mesmo autor, veremos que não é bem assim. Há poucos dias recebi de presente do amigo Carlos Verçosa, mestre em haicai, quando fui beber um Jatobá lá no Sodré, onde viveu e morreu Castro Alves, dois volumes da Fundação Casa Rui Barbosa intitulado “Literatura Popular em Versos” um de Estudos e outro de Antologia. Foi o que faltava para embasar o que eu e outros poetas populares já sabíamos: a literatura de cordel brasileira também tem origem africana. Deixo a palavra agora com Manuel Diégues Júnior no seu estudo “Ciclos Temáticos na Literatura de Cordel” do referido volume: Esta influência, de orig
A literatura de cordel desde a sua origem reflete o imaginário popular de sua época. Muitos poetas e escritores eruditos viram nesse gênero algo de reacionário e retrógado: Histórias de reis, nobres ou burgueses que tinha nada haver com a realidade do povo. Mas, quanto mais pesquisamos esse gênero genuinamente nordestino, vemos que o cordel sempre esteve à frente ou à par de sua época. A História da Donzela Teodora de Leandro Gomes de Barros, datada de 1905, é um bom exemplo disso. Trata-se de um romance em redondilha maior, 142 estrofes em sextilhas rimando os versos pares (xaxaxa), forma mais comum da literatura de cordel. No início do romance o poeta nos informa que a história não é por ele inventada, sim descrita direto de fonte da tradição oral: “Eis a real descrição Da história da donzela Dos sábios que ela venceu E aposta ganha por ela
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