Cai cai balão... cadê meu São João...
Começou os festejos juninos e momento de festa não é de reflexão. Além dos festejos, a copa do mundo toma todas as conversas analíticas nos bares da capital e do interior. Então, o correto era falar sobre o São João da Copa, como o futebol e o forró fazem parte da cultura nacional, como o imaginário popular é de todo tomado por esses fundamentos da nossa cultura.
Mas vamos subir o rio...
Fala-se muito da modernização do forró: forró universitário, forró eletrônico, arrocha e coisa e tal. Fala-se: tradicionalistas, forró pé-de-serra, forró erudito e tal e coisa. O que está por trás e pela frente de tudo isso é a crescente profissionalização do setor e a descaracterização das tradições populares.
O produto que nos apresentam todo dia.
Sem muita reflexão percebemos no São João antigo, comparado com o atual, dois elementos de suma importância na formação moderna de nossa cultura. Na música - o Choro, na literatura - o Cordel. O Choro foi e é a música instrumental brasileira, influenciou gerações de músicos do Samba à Bossa Nova e do Baião ao Coco. A Literatura de Cordel da mesma forma influenciou poetas e letristas de várias gerações.
Acontece que choramos sem o Choro e nos enforcamos sem o Cordel.
Isso que dão o nome de modernização é nada mais do que um descaso com a formação sensível, coisa da contemporaneidade. Por outro lado, os tradicionalistas são os que só sabem reclamar, sem perceberem que não mudando os fundamentos podemos transformar as coisas.
Uns pecam pela ignorância dos princípios e outros pela falta dos mesmos.
O fundamental é ser feliz...
Não sei onde passarei o São João, mas sei o que vou encontrar. Dançarei dois pra lá e dois pra cá, tomarei licor, soltarei fogos nos ares. Quem sabe encontrarei um chamego bom com Rosa ou Carolina. Sei que vou curtir a festa e abstrair qualquer tipo de análise.
Que momento de festa não é de reflexão.
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